top of page
TEXTO ESCRITO POR

RELAÇÕES QUE PERMEIAM A ARTE MARCIAL.


Por Thomas Pinheiro.

Vai passando o tempo e amadurece muito os pontos de vista sobre a prática, praticantes e ditos mestres. Qual a importância de treinar, ensinar? Ganhar dinheiro? Ganhar notoriedade? Explorar a figura humana? Satisfação de fazer algo, de aprender algo que se pensava impossível? A ligação entre o aluno e o professor só se concretiza quando há aspectos de benefício para que ambos alcancem objetivos. O aluno quer aprender e o mestre quer alguém que goste do que ele ensina, mas espontaneo, verdadeiro.

Arte marcial é um aprendizado constante de auto controle do próprio corpo envolvendo sua psique, e talvez por isso mesmo abre portas para o uso incorreto ..... muitas vezes de consentimento entre professor e aluno.

A idealização da figura suprema, do poder absoluto, de um controle de grupo, para muitos é a satisfação plena.

Torna-se perigoso a medida que um individuo como aluno se dispõe a cumprir tudo que lhe é passado, sem sequer questionar, não me refiro a treino técnico mas sim ao que permeia a relação.

Utilizar ou submeter o aluno como escravo de suas vontades, sempre tudo com aquela velha desculpa; eu sou o mestre, trazem uma formação deformada, onde o aluno mais velho se julga a cima de tudo e de todos.

A hierarquia dentro de uma academia é importante, a disciplina também, seriedade, respeito, educação. Mas isto se ganha com uma relação franca. Alguns confundem ser puxa saco com respeito, o coleguismo passa muito longe numa situação destas.

Como se pode confiar em alguém que se utiliza de métodos onde o aluno é aniquilado ( não pensa) como pessoa? Onde o próprio dito mestre sequer tem moral para exigir, que esconde seu passado, ou que deliberadamente se mostra apenas interessado em retorno financeiro? É revoltante ver que arte marcial fica nas mãos em sua maioria de pessoas desqualificadas técnicamente e psicológicamente, ludibriando com velhas técnicas de marketing barato, com representações pra lá de furadas, misturas com religiosidades, fantasias, falsos aprendizados.

Será que aprender arte marcial hoje em dia significa apenas ....sou representante do mestre X, fiz um curso de x dias, dou curso de formação de instrutores, uniforme fantasia, etc.....

Talvez eu ainda seja muito burro, ou infantil, em acreditar em pessoas que queiram a prática de maneira séria, que entendam que nada vem fácil, que arte marcial é pratica constante. Saber lidar com suas próprias decepções é muito importante.

Tornar-se profissional em arte marcial não significa ser explorador, viver disso não o é, desde que você realmente seja sério, leve a sério, ensine algo que tem valor, que tem tradição, que você e os antecessores também tiveram o mesmo respeito e que você passe isso para seus sucessores.

Caso contrário será mais um sádico mestre controlando seus alunos masoquistas.

Ao aluno o que já atestei nos ultimos anos, é a procura de pessoas que falam em treino sério; que alegam terem sido ludibriadas, que querem isso e aquilo, prometem mundos e fundos em treino, mas quando você aperta; na verdade mesmo, ainda querem ficar com aquele velho esquema, ostentar graduações muitas vezes compradas, fazer dezenas de formas, ser um papagaio do que outro diz e assim vai.

Disso concluo que se torna uma relação sado masoquista, o individuo que quer ser o masoquista e o mestre que quer ser o sádico.

Saber evoluir não é só técnicamente mas em seu conhecimento de sua própria relação com o que chamamos de família de kung fu é fundamental. O aluno irá refletir sempre o mestre. Se você tem um mestre sádico com certeza quando seu aluno der aula também o será. Quando você instruir um aluno de maneira voltada a exploração sobre o alno ele o também fará quando for professor. Cobrar educação, e formar carater faz parte do professor e do próprio aluno trazer de sua formação de casa.

Este é um texto para refletir, é importante saber o que realmente queremos.

TEXTOS RECENTES
PROCURA POR TAGS
ACOMPANHE NOSSA PAGINA NO FACE
  • Facebook Classic
bottom of page